
imagem encontrada algures por aqui
Em semana de Valentim o post orienta-se claramente para assuntos do coração... Recebi algumas mensagens na 3ª feira, não de namorados ou potenciais candidatos mas de amigas mais ou menos tristes ou incomodadas com o facto de não terem um valentino. Pessoalmente, se há dia em que gosto de não ter namorado é a 14 de Fevereiro. Nos dias restantes... Bem, nos dias restantes a postura é "sim, claro que gostava muito de encontrar o homem certo, tal como gostava muito de ganhar o euromilhões". Era algo muito bom, mas sem o qual posso estar perfeitamente bem, sem viver na expectativa.
Sempre achei que o estado civil tem muito a ver com uma série de expectativas. Temperamento, sorte e outros etc's também entram claro. Mas acho que tendo-se baixas expectativas é bem mais simples ter um namorado. Olhando para trás vejo que foram várias as vezes em que inconscientemente sabotei várias relações porque estas não correspondiam às minhas expectativas ou porque optei por valorizar outras dimensões da minha vida. Nessas situações, quando sentia a relação a encaminhar-se para niveis mais sérios começava automaticamente a acusar a falta de certas coisas boas da vida de solteiro - a disponibilidade total, o pensar a 100% por mim própria em vez de em função de outra pessoa, o tempo para amigas e amigos (o poder ter e estar com amigos da forma e as vezes que bem quiser sem ter que levar com crises de ciúmes, ou como dizia a minha querida Sissas, poder andar abraçada a quem me apetecer).
Recordo-me do filme as Bonecas Russas visto há uns meses, em que o personagem comparava as relações amorosas com matrioshkas, onde se abria uma boneca atrás da outra na expectativa de encontrar a tal. A grande diferença estaria então entre as pessoas que investem totalmente na primeira escolha e aquelas que precisam de conhecer mais, de viver, de explorar, de descobrir, antes de decidir que realmente é aquela relação e aquela pessoa que querem.
Ok, já sei que vão cair em cima e lembrar que há o outro lado da moeda, e que ao ser assim corro o risco do "quem muito quer, tudo perde". Sim, assumo claramente esse risco, com a certeza de que prefiro sonhar alto e falhar do que contentar-me com a mediania, a vulgaridade, sem nunca ter explorado outras opções.
Por isso, a todos os que passaram o dia dos namorados "soltões" - quando começarem a pensar que o problema é vosso, façam um pause e em vez disso fiquem orgulhosos. Normalmente as pessoas interessantes não têm vidas simples, nem padrões de amor simples. Talvez essa seja uma das consequências de se manter os sonhos lá no alto...